06/02/2023
Foliões devem ficar atentos à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis
Em 2022, Porto Velho notificou 262 casos de HIV/aids em adultos, 111 de hepatite B, 73 de hepatite C e 919 de sífilis.
Carnaval é sinônimo de alegria, diversão e irreverência. A brincadeira, porém, precisa ser com responsabilidade, priorizando os cuidados com a saúde, principalmente com as infecções sexualmente transmissíveis (IST), causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.

As IST são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja com uma infecção ainda sem sintomas. E pouco mais da metade dos jovens entre 15 e 24 anos não usa preservativo na relação com parceiros eventuais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por isso, a Prefeitura de Porto Velho, através do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), orienta a população, através da série de reportagens ‘Folia Consciente’, que a prevenção é sempre o maior aliado para evitar o surgimento de doenças.

De acordo com a médica infectologista Maiara Cristina, as IST são frequentemente identificadas durante as consultas nos serviços de saúde em todo o ano. “Na época do Carnaval há maior campanha de prevenção e diagnóstico das IST, supondo que haja maior exposição às práticas de risco, devido situações de vulnerabilidade pelo uso do álcool, por exemplo, ou por maior frequência de relações sexuais com parceiros eventuais, sem o uso de preservativos”, explica a médica.

A infectologista ainda enfatiza que “Carnaval não é sinônimo de promiscuidade sexual, tampouco a prevenção é mais importante nessa época do ano, pelo contrário, os cuidados para evitar as IST devem ser observados durante toda e qualquer prática sexual.

PREVENÇÃO

O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/aids e das hepatites virais B e C.

A rede municipal de saúde disponibiliza, gratuitamente, camisinhas femininas e masculinas em todos os estabelecimentos como unidades básicas, UPAS, Sede da Semusa, Maternidade, CEM, entre outros. Não é necessário preencher cadastro ou enfrentar fila, também não há limitação de quantidade de preservativos distribuídos.

“O melhor método de prevenção é aquele que o indivíduo escolhe, com base em informações adequadas, passadas por profissionais capacitados, apropriado às suas necessidades e que utilize de maneira correta e consistente”, orienta a médica Maiara Cristina.

PRINCIPAIS INFECÇÕES

Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas os exemplos mais conhecidos são: herpes genital; cancro mole (cancroide), HPV, doença inflamatória pélvica (DIP), donovanose, gognorreia e infecção por Clamídia, linfogranuloma venéreo (LGV), sífilis, infecção pelo HTLV, tricomoníase, hepatite.

SINTOMAS

As IST podem ser assintomáticas (sem sintomas) ou se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.

ONDE BUSCAR ATENDIMENTO

A rede municipal de saúde disponibiliza, gratuitamente, testes rápidos para diagnóstico do HIV, sífilis e das hepatites B e C. O teste pode ser feito em todas as unidades de saúde na zona urbana e rural. Os casos positivos de sífilis são tratados na própria unidade básica de saúde. Já os casos positivos para hepatite B, C e HIV são encaminhados para o Serviço de Assistência Especializada (SAE), unidade de referência no acolhimento de pacientes diagnosticados com IST.

Pessoas que foram expostas ao risco de infecção pela IST ou que tiveram relação sexual desprotegidas devem buscar a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP), em até 72 horas, para fazer uso de medicamentos ou imunobiológicos que reduzem o risco de adquirir as infecções, seja pelo HIV ou pela hepatite B e outras IST.

A PEP está disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA Sul e Leste) e Policlínicas (Ana Adelaide e José Adelino) e no SAE. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, como violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento); acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Para prevenção ao HIV há ainda outro método denominado Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PREP), uso de comprimidos diários que preparam o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV.

A PREP precisa de tempo para ter efeito no organismo, que pode variar de sete a 20 dias, em casos específicos no mesmo dia, mas não protege de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.

“PREP e PEP são 2 formas diferentes de prevenção utilizando medicações. São complementares ao uso do preservativo e fazem parte da Prevenção Combinada do HIV, política do Ministério da Saúde. Todas são medidas cientificamente eficazes para prevenção de novas infecções pelo HIV, mas não protegem contra outras IST, como a sífilis, por exemplo”,esclarece a infectologista.

NÚMEROS

Em 2022, Porto Velho notificou 262 casos de HIV/aids em adultos, 111 de hepatite B, 73 de hepatite C e 919 de sífilis.






 

Fonte: PMPV
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