O rio Jaci Paraná transbordou e deixou parte da Terra Indígena (TI) Karipuna alagada durante o fim de semana. Alguns indígenas se deslocaram até Porto Velho e outros continuam na TI, mudando de local sempre que a água se aproxima.
“Começou a encher, encher e passou do limite [o rio]. Somos 62 e duas [pessoas] e no momento temos 23. O rio está subindo e a gente está subindo pra onde tem terra”, informou o cacique André Karipuna.
De acordo com o cacique, a água começou a subir no fim da última semana. Ele registrou imagens aéreas do território alagado, incluindo o local onde o povo vive. Parte dos moradores, sobretudo idosos, saíram do local quando o rio começou a transbordar.
“A senhora mais velha da aldeia Karipuna, a casa dela está debaixo da água e foi feita agora, tem menos de um ano. Ela tem mais de 70 anos. Ninguém nem dorme mais porque a água está subindo e a gente está no corre-corre”, relata uma das moradoras.
Segundo os indígenas, órgãos como a Defesa Civil e o Ministério Público Federal (MPF) foram acionados para prestar apoio. A reportagem entrou em contato com os dois órgãos citados, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que está “em contato permanente com o povo” e “à disposição para acionar a ajuda que for necessária”.
TI Karipuna
A Terra Indígena Karipuna tem mais de 150 hectares e seu território é dividido entre Porto Velho e Nova Mamoré (RO). Apenas um povo indígena vive no local: os Karipunas de Rondônia.
O território fica à margem esquerda do rio Jaci Paraná - afluente do rio Madeira - e tem outras fontes de água próximas, como o rio Formoso e os igarapés Fortaleza, Juiz e Água Azul.