Sem raiva humana há 20 anos em Porto Velho, população deve manter os cuidados para evitar a doença
Em Porto Velho, o último registro de óbito pela doença ocorreu em 2003. Entre 2017 a 2022 foram realizados 9.140 atendimentos envolvendo incidentes antirrábicos como arranhões e mordidas.
A raiva é uma doença fatal que pode ser transmitida de um animal infectado para uma pessoa por meio, principalmente, de mordedura, lambedura ou arranhão. Mesmo sem registro de casos, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) ressalta os cuidados que a população deve tomar como medida preventiva e reforça que a melhor forma de evitar a doença é a vacinação dos animais domésticos.
No interior do estado do Ceará, na cidade de Cariús, após sete anos sem óbito pela doença, um homem de 36 anos morreu ao ser mordido por um macaco da espécie sagui, com o resultado da análise foi confirmada a morte por raiva humana.
Em Porto Velho, o último registro de óbito pela doença ocorreu em 2003. Há 20 anos que a Semusa, através da Divisão de Controle de Zoonoses em Animais Domésticos e Sinantrópicos (DCZADS), trabalha efetivamente no combate à doença por meio da vacinação animal que ajuda na proteção dos moradores da capital.
DADOS
Entre 2017 a 2022 foram realizados 9.140 atendimentos envolvendo incidentes antirrábicos como arranhões e mordidas, porém sem gravidade e nenhum registro de óbito. As campanhas de vacinação antirrábica são ofertadas anualmente em mais de 120 pontos da capital.
Além disso, a Divisão realiza a imunização em animais domésticos diariamente e de forma gratuita, das 8h às 17h, na sede da Divisão de Controle De Zoonoses, localizada na av. Mamoré n° 1120, bairro Cascalheira e também no trailer de vacinação, situado no Parque Circuito, av. Lauro Sodré, n° 2983, bairro Olaria.
ORIENTAÇÕES
Edson Neves da Cruz, gerente da Divisão de Controle de Zoonoses, orienta a população que evite contato direto com os animais silvestres, pois as chances de contaminação são grandes.
“É preciso ter consciência de que os animais não domésticos são os principais transmissores da raiva, não podemos tentar proximidade pois isso facilita os acidentes. Evitar fazer carinhos, brincar, alimentar e quando localizar um animal silvestre na área urbana não tentar proximidade e acionar um órgão competente. São cuidados fundamentais para não colocar sua saúde em risco”, frisa o gerente.
O gerente da Divisão ainda ressalta que apesar disso os animais silvestres não são os vilões da história e que é indispensável entender a diferença entre evitar e maltratar o animal não domesticado.
“Precisamos entender também, que isso não nos dá o direito de sacrificar os animais silvestres. Eles são vítimas que ficam mais vulneráveis ao vírus, por isso o ideal é somente se proteger deles e não importuná-los em seu habitat natural”, enfatiza Edson.
O médico veterinário da Semusa, Alexandre Farahildes Ribeiro, fala sobre as medidas que precisam ser seguidas em caso de suspeitas de infecção pelo vírus mortal e ressalta a importância da vacinação.
“A pessoa deve procurar uma unidade de saúde mais próxima de sua casa para que receba o atendimento antirrábico adequado. Caso o animal agressor manifeste alterações comportamentais, a divisão de controle de zoonoses deverá ser chamada imediatamente. Também é essencial destacar que nossos animais estejam devidamente vacinados e domiciliados para que continuemos sem a propagação da doença em Porto Velho”, afirma o médico veterinário.
DOENÇA
A raiva humana se transmite pela saliva do animal mamífero infectado e não se trata apenas de cão e gato, o principal transmissor da doença infecciosa é o morcego. A doença é causada por um vírus que tende a migrar para o sistema nervoso central. Nos humanos, a condição pode causar um quadro de encefalite (inflamação no cérebro) aguda, resultando em alta taxa mortal: aproximadamente 100% dos casos são fatais nas pessoas.
SINTOMAS
Dentre os principais sinais da doença em humanos, estão a dificuldade de engolir (alimento, água ou saliva), fotofobia (desconforto visual em relação à claridade), tremores involuntários e salivação excessiva.
Em animais domésticos, como cães e gatos, também ocorre salivação em excesso, e por dificuldade de engolir deixa de se alimentar e beber água, além do mais é possível perceber mudanças comportamentais associada à agressividade.
CUIDADOS
Se uma pessoa sofrer agressão por um mamífero, como por exemplo, gato, cachorro, morcego, sagui ou raposa deve imediatamente lavar o local da ferida com água e sabão e buscar a unidade básica de saúde mais próxima de sua localidade.
Manter os animais vacinados contra a raiva e ter cautela diante do contato com mamíferos desconhecidos são algumas das principais medidas preventivas que garantem a sua vida e bem-estar.