Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (02) a Operação Tango, fruto de trabalho conjunto entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de Rondônia e a Polícia Federal, tendo como objetivo cumprir medidas cautelares de busca e apreensão deferidas pelo Juízo de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Porto Velho (RO) visando instruir inquérito policial instaurado para apurar crimes de porte ilegal de arma de fogo, disparo ilegal de arma de fogo, ameaça e dano qualificado, tipificados nos arts. 14 e 15 da Lei n° 10.826/2003 c/c arts. 147 e 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal.
A investigação foi iniciada na Polícia Civil em novembro de 2022, após um atentado contra o jornal eletrônico Rondoniaovivo, cuja sede foi alvejada com 19 (dezenove) disparos de arma de fogo calibre 9mm, na madrugada do dia 12/11/2022. Após, o inquérito foi repassado para a Polícia Federal, que avançou no trabalho em parceria com o GAECO.
Descobriu-se, então, que o atentado fora executado por dois homens, que findaram identificados durante a investigação. Apurou-se também que a possível motivação do crime seria política, em virtude de matérias jornalísticas veiculadas pelo portal de notícias criticando os protestos realizados por pessoas inconformadas com o resultado das eleições presidenciais 2022, como, por exemplo, a obstrução de rodovias e aglomeração em frente aos quartéis do Exército no Estado de Rondônia.
Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em Porto Velho (RO) visando arrecadar documentos, informações, armas, objetos, outras provas e elementos de informação para instruir a investigação, podendo levar à arma do crime e eventuais partícipes ainda não identificados.
As penas privativas de liberdade previstas para os crimes investigados, somadas, chegam a 11 anos e 06 meses, sem prejuízo de outros delitos eventualmente apurados em desdobramento das diligências realizadas nesta data.
O nome da operação é referência à rua Buenos Aires, que foi uma das rotas utilizada pelos executores do ataque para se aproximar do local do crime.
Esta é a terceira operação deflagrada em Rondônia com a participação ativa do GAECO em repressão aos denominados “atos antidemocráticos”, sendo que, em pelo menos uma delas, a Eleutéria 1ª Fase, os envolvidos já foram sentenciados e condenados pelo Juízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de Colorado do Oeste (RO).