Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Ariquemes e Colorado do Oeste. Além das buscas, há decisão judicial determinando o afastamento do diretor do campus.
A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União, deflagrou, nesta quarta-feira (23), a Operação Água Benta, que visa apurar crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em contratos do Instituto Federal de Rondônia (Ifro).
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Ariquemes e Colorado do Oeste. Além das buscas, há decisão judicial determinando o afastamento cautelar do diretor do campus.
Durante as investigações foram apuradas irregularidades ocorridas em Pregão Eletrônico realizado pelo Ifro Ariquemes, que visava a compra de água mineral e gás de cozinha no valor de R$ 129.229,74, no qual saiu vencedora a empresa de propriedade do próprio diretor do campus.
Visando ocultar a titularidade da empresa, o investigado utilizou o nome de sua esposa como “laranja”.
Somente em 2022, a empresa do diretor do campus Ariquemes arrecadou aproximadamente R$ 600 mil reais em contratos com o IFRO.
Também foi verificado que outra empresa contratada no referido certame era, na verdade, uma igreja e que apenas emprestava seu nome para ocultar que a real prestadora dos serviços era a empresa do diretor do Ifro, para quem os pagamentos pelos serviços prestados eram direcionados.
Nenhuma das empresas possuía empregados registrados, o que indica tratarem-se de empresas de fachada.
Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar penas que, somadas, chegam a 18 anos de reclusão.
O nome da Operação Água Benta, faz referência ao fato de que uma das empresas contratadas pelo Ifro era uma igreja.
Em nota, o Ifro nega que tenham sido feito buscas no campus de Colorado. A instituição também informou que não foi notificada oficialmente sobre o caso, mas acatará as decisões da Justiça e deve contribuir com as investigações.
"A nova gestão do IFRO reafirma o compromisso institucional de combater irregularidades e tomará as providências administrativas internas necessárias para afastamento dos envolvidos e, concomitantemente instauração de PAD - Processo Administrativo Disciplinar - para apuração dos fatos", consta na nota.