Popularmente conhecido como fumacê, a aplicação espacial do inseticida é utilizada para controle do mosquito transmissor da malária (Anopheles) e dengue (Aedes aegypti). No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) reforça que, apesar de serem aplicados apenas em situações de surto, cenário que não é encontrado no momento em Porto Velho, esse tipo de medida tem diferença.
INSETICIDA MALÁRIA
No caso da malária, a nebulização espacial, conhecida como fumacê, é utilizada em casos de surto da doença. Segundo a subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, Jussara Alves, esse serviço era aplicado, com frequência, anos atrás.
“Há muito tempo, a população da zona urbana presenciava aqueles carros emitindo uma fumaça branca e densa. Essa atividade era realizada nos bairros justamente porque Porto Velho é uma área endêmica para malária, e, também, porque nós tínhamos muitas áreas de mata dentro da cidade, mas a nossa capital cresceu. Hoje, os casos de malária estão concentrados mais na zona rural”, explica.
Ainda segundo Jussara, em caso de surto da doença na zona urbana, essa medida poderá ser adotada novamente.
INSETICIDA DENGUE
Utilizado para casos de surto de dengue, o Ultra Baixo Volume (UBV), que também é conhecido como fumacê, possui diferença do inseticida aplicado em casos de malária.
A subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, explica que o UBV emite uma fumaça mais discreta, sem muita cor. “Esse inseticida, que as pessoas conhecem como fumacê, também é aplicado em casos de surto, mas ele é como se fosse uma neblina. O carro passa emitindo a fumaça, mas ela quase não aparece e os horários de aplicação também são diferentes do da malária”, relata.
A subgerente destaca ainda que, caso o município se enquadre no cenário de surto para a dengue, esta medida pode ser adotada.
EFICIÊNCIA LIMITADA
No entanto, a aplicação desses inseticidas só combate os mosquitos que estiverem sobrevoando no momento da pulverização. Por isso, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), sua eficácia é limitada.
Os mosquitos causadores da dengue e da malária, geralmente, vivem dentro dos domicílios da população, o que dificulta ainda mais a eficácia do fumacê. A aplicação do inseticida é considerada uma medida emergencial, destinada para locais de proliferação descontrolada do mosquito e com altos índices de casos e óbitos.
A utilização do fumacê deve ser realizada de forma estratégica, uma vez que seus resultados dependem da frequência, clima e aplicação correta do produto combinada de ações de conscientização da população.
PREVENÇÃO
A subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, Jussara Alves, explica que a principal forma de combater os insetos é com medidas simples dentro de casa.
A prevenção inicia na educação em saúde e conscientização da população na atenção a acúmulos de água nos quintais que possam se tornar criadouros, a exemplo: no lixo, telhado, calhas entupidas, piscina, em garrafas, pneus e qualquer outro item que possa acumular água.
“O fumacê atinge o mosquito somente em sua forma adulta e apenas naquele dia de aplicação. Por esse motivo possui eficácia limitada e não substitui outras medidas de controle. A conscientização da população é parte fundamental nesse processo, que precisa adotar ações preventivas que possam combater criadouros do mosquito em suas residências. São medidas simples, mas que se somadas e realizadas em conjunto se tornam eficazes na redução da proliferação dos mosquitos causadores de dengue e malária”, frisa a subgerente.
Dentre as principais medidas para evitar a proliferação do mosquito da dengue estão:
• Evitar o acúmulo de água em calhas e outros recipientes;
• Destinar de maneira correta o lixo e outros resíduos;
• Limpar regularmente os quintais e piscinas;
• Cobrir caixas d'água;
• Utilizar areia nos vasos de plantas;
• Deixar garrafas e outros recipientes de cabeça para baixo;
• Retirar a água dos pneus e reservá-los em ambientes protegidos.
Alguns dos cuidados necessários para controle e combate da malária:
• Uso de mosquiteiros para dormir;
• Evitar criadouros naturais do mosquitos como: beira de rio, igarapés e córregos, ao anoitecer;
• Usar repelentes e roupas que protejam braços e pernas quando estiver em contato com regiões alagadas;
• Inserir telas em portas e janelas de sua residência.
SINTOMAS
Segundo o Ministério da Saúde (MS), entre os principais sintomas da malária está a febre alta, podendo ser associada ou não a calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça e dores no corpo. Convulsões, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e sensação de cansaço estão entre outros sintomas graves da doença.
Ainda segundo o MS, são sinais de dengue: febre alta, dores no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, falta de apetite, dores de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
SERVIÇO
A Semusa disponibiliza diagnóstico e tratamento para pacientes com sinais e sintomas de dengue e malária. Qualquer pessoa com suspeita pode buscar atendimento médico imediatamente nas unidades de saúde de Porto Velho.
Em casos graves, o atendimento de urgência e emergência está disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das zonas Leste ou Sul, e nas policlínicas José Adelino ou Ana Adelaide.