Nesta segunda-feira (1º), o nível do rio Madeira registra 4,26 metros, e as medidas dos últimos dias se mantém abaixo da média em relação aos anos anteriores. Por conta disso, a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Defesa Civil Municipal, segue fazendo o monitoramento do nível do rio e promovendo ações de enfrentamento da crise hídrica causada pela estiagem amazônica. Dentre esses trabalhos, está a distribuição de água mineral para as famílias ribeirinhas de Porto Velho, durante a seca mais severa, nos meses de agosto, setembro e outubro.
Em 18 de junho, a cota do rio atingiu seu menor nível, medindo 4,15 metros e entrando em estado de alerta. A previsão enviada pelo órgão de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que nos meses de setembro e outubro, o nível do rio pode baixar ainda mais pela ausência de chuvas.
Por conta da previsão do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), de que a seca pode ultrapassar os níveis de 2023, quando a cota do rio atingiu a menor marca histórica, de 1,43 metro em setembro, a Prefeitura da capital, através do decreto Nº 19.800, de 08 de março de 2024, instituiu o Comitê de Gestão de Crise para o gerenciamento das ações inerentes à situação de prevenção para enfrentamento à iminente crise hídrica de 2024, de caráter emergencial decorrente da extrema seca e seus impactos nos diversos usos da água, tais como navegação, distribuição de alimentos e medicamentos nos distritos do Município de Porto Velho.
Cerca de 120 mil litros de água serão distribuídos para comunidades localizadas ao longo do rio Madeira, que receberão a água potável pelo cronograma a ser iniciado em agosto pela Defesa Civil, seguindo em setembro e outubro, período mais crítico da estiagem. Por meio de transporte terrestre, 338 famílias cadastradas das comunidades Silveira, São Miguel, Mutuns, Pau D’Arco, Cujubim, Bom Jardim e Marmelo serão abastecidas com fardos de água mineral. Já pelo meio fluvial, as embarcações contemplarão 78 famílias das comunidades de Curicacas, Pombal, São José, Ilha Nova e Conceição do Galera.
O coordenador da DCM, Elias Ribeiro, enfatizou que o trabalho de monitoramento do nível do rio continua, e as equipes seguem orientando as comunidades sobre riscos de áreas com barrancos, de navegação e uso do rio pelos banhistas no rio Madeira, além de realizar reuniões constantemente junto a SGB, Censipam, Agência Nacional de Águas (ANA) e Sala de Crise Hídrica para expor e discutir a cada 15 dias, sobre o balanço geral das informações acerca da situação hídrica, ocasionada pela escassez de água no município.
“Ano passado, nós fomos surpreendidos pela escassez hídrica e para 2024, já houve uma previsão antecipada de trabalho. Diante disso, nós nos reunimos, procuramos conhecer as áreas de fragilidade, por isso instituímos o Gabinete de Crise, exatamente para trazer uma segurança maior para nossa comunidade, especialmente a que vive em fragilidade nesse período de seca. Afirmo que nós estamos preparados, não apenas para resolver uma situação nesse primeiro momento mas, sem dúvida nenhuma, minimizar os impactos causados pela estiagem”, finalizou.
POÇOS ARTESIANOS
Em parceria com o SGB, a Prefeitura, através da Superintendência de Integração Distrital (SMD), iniciou a perfuração de poços artesianos, em cinco comunidades ribeirinhas do baixo Madeira, no último dia 20 de junho. Em algumas comunidades, serão realizadas sistemas de captação de água, por meio de bombeamento, que é uma filtragem de tratamento para abastecimento de água.
Os poços artesianos estão sendo construídos nas comunidades de Terra Firme, Papagaios, Santa Catarina, e distritos de Calama e Demarcação.