O Clima era de consternação entre os presentes no auditório da Justiça Federal na noite deste domingo (08) durante o velório do Juiz Herculano Martins Nacif. Descrito como uma pessoa humanista e ardil defensor do direito e da justiça pelos mais próximos, o Juiz era a favor da implantação do Tribunal da Amazônia, importante passo para a regionalização da Justiça Federal na Região Norte do país.
Sua tenacidade e perseverança em seguir com seu ofício pôde ser comprovada durante a cheia de 2014 ao resistir a saída do prédio. Quando a água chegou nos últimos degraus da escadaria, ele mandou construir uma passarela de acesso e conclamou aos servidores, que pudessem e quisessem, para permanecerem, incentivando a todos trabalharem, ainda que ilhados.
“Permanecemos até que a água baixasse, motivados pelo seu exemplo e sua força”, afirma um servidor que pediu para não se identificar. Tal postura lhe rendeu o titulo de “O Grande Comandante do Movimento de Resistência à enchente do Rio Madeira”.
Após o período da cheia foi homenageado pelo diretor administrativo Waldirney Guimarães, durante as comemorações dos dias das mães 2014, lhe sendo outorgada a comenda com texto narrando o drama vivenciado durante o angustiante período em que as águas do rio Madeira ameaçaram fechar as portas da Justiça Federal, e a forma como pesou sob os ombros do diretor do foro liderar a campanha de Resistência, tornando um ato emblemático, a Justiça Federal o único órgão público da região da cheia na Baixa da União a continuar prestando serviço à comunidade local, apesar das inúmeras condições adversas. O Juiz Herculano recebeu o aplauso e a estima de todos os presentes.