Morreu neste sábado (17) o apresentador Silvio Santos, aos 93 anos. Ele marcou gerações pela presença quase diária na televisão brasileira. Silvio deixa a mulher, Íris Abravanel, as seis filhas - Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata - e netos.
Apresentador de mais de 120 formatos, seu programa de domingo era considerado o show de auditório mais longevo do mundo. O animador usou o talento na comunicação para montar um império empresarial.
Filho de imigrantes, um grego e uma turca, Senor Abravanel nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1930.
O apelido 'Silvio' foi dado pela própria mãe, e o sobrenome artístico surgiu quando o ainda adolescente foi participar de um programa de calouros na Rádio Guanabara.
Silvio ficou em primeiro lugar no concurso de locutor, garantindo o emprego, que não durou muito porque o trabalho como camelô rendia mais. Depois de servir no Exército como paraquedista, deixou as ruas e voltou para o rádio, passando por várias emissoras.
O último contrato foi na Rádio Nacional de São Paulo, já sob administração das Organizações Globo, onde permaneceu até 1976.
Em paralelo à função de locutor, Silvio também demonstrou desde cedo o tino para as vendas. Aos 18 anos, implantou um sistema de som na barca Rio-Niterói e passou a negociar anúncios publicitários. Ao chegar a São Paulo, nos anos 1950, foi trabalhar com Manuel de Nóbrega, que era dono do Baú da Felicidade.
A empresa acabou nas mãos de Silvio. Para promover o Baú, em 1960, Silvio comprou um horário aos domingos na TV Paulista, onde lançou o programa 'Vamos Brincar de Forca'.
Em 1963, estreou o Programa Silvio Santos, que se tornou o show de auditório mais longevo do mundo.
Ao longo da carreira, o animador comandou mais de 120 formatos que se tornaram parte da cultura popular brasileira.
Ainda alugando horário da TV Globo, que adquiriu a TV Paulista em 1966, Silvio Santos tinha como principal objetivo ter o próprio canal de televisão.
Em 1975, conseguiu a concessão da TVS do Rio. Em São Paulo, o programa de Silvio passou a ser transmitido pela TV Tupi. Em 1977, comprou metade da TV Record e em 1981 conseguiu a concessão do canal 4, abrindo caminho para a criação do SBT.
No fim da década de 1980, Silvio tentou entrar para a política. Primeiro propôs a candidatura à prefeitura de São Paulo, que acabou não indo a frente. Em 1989, decidiu concorrer à Presidência da República pelo então PMB, a menos de 20 dias do primeiro turno, no lugar do pastor Armando Corrêa. Silvio ia bem nas pesquisas, mas a candidatura foi cassada porque o partido não tinha feito o mínimo de convenções necessárias para as eleições.
Desde a ditadura, quando conseguiu as concessões dos canais de televisão, o empresário sempre manteve boa relação com Brasília. Com presença garantida na televisão, o animador construiu um império com mais de 30 empresas, incluindo uma marca de cosméticos e um hotel.
Em 2010, o Grupo Silvio Santos entrou em crise por causa de um rombo financeiro no Banco Panamericano, que foi vendido no ano seguinte ao BTG Pactual.
Em 2013, o animador foi a única celebridade brasileira na lista de bilionários da revista Forbes, com um patrimônio líquido estimado em 1,3 bilhão de dólares.