As urnas falaram, e o resultado foi incontestável: os votos obtidos por Célio Lopes (PDT) na corrida eleitoral, são reflexo direto de seu prestígio junto ao eleitorado, e não de uma aliança partidária que optou por não abraçar sua candidatura de forma plena.
Com uma trajetória marcada por discursos firmes e propostas focadas na realidade dos porto-velhenses, Lopes surpreendeu com sua votação expressiva, ao conquistar 11,73% dos votos, totalizando 29.218. Apesar do resultado expressivo, Lopes, um jovem advogado de origem humilde do Baixo Madeira, não conseguiu chegar ao segundo turno.
A postura da Frente de Esquerda foi de omissão. Em vez de um apoio declarado e enérgico, muitos de seus integrantes optaram por manter certa distância da candidatura de Lopes, gerando uma desconexão interna que prejudicou sua força eleitoral. Mesmo assim, a popularidade do candidato se destacou. Seu carisma e identificação com o eleitorado local lhe renderam prestígio e um expressivo número de votos, que superaram expectativas e garantiram-lhe um lugar de destaque no cenário político.
As urnas evidenciaram a falta de unidade dentro da frente de esquerda. Ainda assim, o desempenho de Célio Lopes deixou claro que sua votação é fruto direto de sua conexão com o eleitorado e da confiança depositada por aqueles que enxergam nele uma liderança autêntica, desvinculada de articulações políticas tradicionais.
Lopes sai fortalecido dessa disputa, com a certeza de que seus votos são, acima de tudo, resultado de seu próprio mérito e da confiança que construiu ao longo da campanha, provando que, às vezes, a força de um candidato transcende a estrutura partidária que o apoia — ou, nesse caso, que escolheu de não apoiá-lo e se tornou uma insignificância no cenário político local.