O nível da recém finda campanha eleitoral da OAB-RO deixou, sem dúvida, muito a desejar, especialmente em uma classe tão ciosa de temas como cidadania, democracia e urbanidade, esta no trato com seus pares, demais operadores do direito e com a sociedade em geral.
A coisa toda começou a desandar quando o perfil de um internauta, declaradamente apoiador da chapa opositora, começou a desferir incessantemente ataques pessoais, apelidos pejorativos com nome de criminoso internacional e agressões levianas contra familiares; tudo isto contra o atual presidente da Ordem.
Posteriormente este internauta divulgou nota pública conjunta com o marqueteiro oficial da chapa de oposição, estabelecendo um vínculo indelével ente ambos e, por consequência, com a chapa 11. Registre-se que, segundo se houve no meio político, o homem do marketing oposicionista já seria notório em campanhas políticas, desde pretéritas disputas eleitorais, mais adapto de táticas tradicionais do que de inovações em termos de estratégias eleitorais, é da ‘velha guarda’, por assim dizer.
Em uma disputa eleitoral como esta não deveria se responsabilizar um candidato pela baixaria da opção de marketing da campanha do oponente, quando este visivelmente aposta no ‘vale-tudo’ e no tentar buscar vitória a qualquer preço. Ora, candidato a reeleição, com o apoio público oficial dos presidentes de todas as 18 subseções da |OAB no Interior, o atual presidente da Ordem só teria a ganhar com uma campanha limpa e propositiva.
Por outro lado, a chapa de oposição – e até os candirus do Rio Madeira – sabia da improbabilidade de se derrotar o candidato à reeleição. Neste contexto a estratégia mais óbvia seria tentar vencer em Porto Velho, visando sair mais fortalecida para a disputa em 2027, quando Márcio Nogueira não poderá mais se candidatar. Logo, é ilógico pensar que a chapa situacionista optaria por baixar o nível de campanha.
É público e notório que apenas um dos candidatos sofreu pesados ataques pessoais, inclusive contra familiares; logo, tentar equiparar as duas campanhas em termos de agressões levianas, ataques pessoais e baixarias é, no mínimo, desinformação ou leviandade.
Exemplar, do ponto de vista de se manter um nível civilizado de campanha, foi a sabatina de Márcio Nogueira pelo renomado jornalista Cicero Moura da Rema TV, quando o candidato oposicionista se recusou a comparecer inviabilizando a realização do tão esperado debate, o qual seria um grande confronto de biografias, ideias e projetos. Lamentavelmente Rondônia foi a única Unidade da Federação em que não houve debate nas eleições 2024 da OAB.
Pois bem, no mencionado debate, sem a presença do concorrente que optou por não aparecer, Márcio deu uma aula de equilíbrio, bom senso e responsabilidade com a advocacia; sendo que na ocasião – quando o concorrente não estava presente para se defender –, não tratou da campanha sórdida de que era vitima, não fez ataques ao oponente, preferindo fazer uma exposição do trabalho realizado e das propostas para um novo mandato; mais uma evidência de sua opção por uma campanha limpa.
Passadas as eleições é hora de todos ‘descerem dos palanques’ e focar no fortalecimento da advocacia; o que certamente ocorrerá, em que pese alguns julgarem estar a classe fragilizada. Márcio já mostrou, quando de sua primeira vitória, uma qualidade ímpar para unir vencidos e vencedores, segundo a lição de Baltazar Gracian, no livro “A Arte da Prudência”, publicado em 1647, no aforismo 67: ser magnânimo na vitória!
Aos eleitos um profícuo trabalho e aos que não tiveram êxito a grandeza para se somar em prol de uma OAB-RO protagonista na defesa da sociedade e incansável na atuação para fazer valer em sua plenitude as prerrogativas de advogadas e advogados.