Hildon Chaves está agindo igual Odorico Paraguaçu, aquele icônico personagem da novela global “O Bem Amado”; pois tem a mesma obsessão em relação à principal obra de sua gestão, porém em sentido inverso: Odorico construiu e queria desesperadamente inaugurar sua grande obra, um cemitério, porém para “azar” do prefeito ninguém mais morria na cidade de ‘Sucupira’ e ele desejava uma inauguração em grande estilo, com um grande cortejo e enterro ‘histórico’.
Já o “Paraguaçu” das Margens do Madeira, Hildon Chaves, quer porque quer inaugurar sua mais vistosa obra, que é a nova Rodoviária da Capital; porém, pasmem, ao contrário da obra de Odorico, a do Hildon ainda não está pronta e segura para ser inaugurada.
Contrariando a lógica e o bom senso – principalmente um contundente laudo técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RO), conclusivo de que a obra não está pronta e segura – a “figura trepidante e dinamitosa”, frase de Odorico, do prefeito Portovelhense quer atropelar qualquer racionalidade que se interpuser entre ele e sua obsessão: inaugurar uma Rodoviária que não vai poder funcionar por meses.
Caso as demais autoridades não tomem providências, como os vereadores que sempre dizem amém ao alcaide, o Ministério Público de onde Hildon é egresso e certamente cultiva amizades, o Tribunal de Contas que parece assistir inerte; além de entidades como a OAB e Sindicatos ou mesmo um simples cidadão não ingresse com uma medida judicial contra esse desatino, deixo aqui uma sugestão ao próximo prefeito:
Primeiro ato na nova gestão: “DESINAUGURAR” A RODOVIÁRIA, terminar a obra e ‘reinaugurar’; depois que construção estiver pronta e segura para funcionar, situação a ser aferida pelo CREA.
Convenhamos, é ridículo este papel a que está se prestando o atual prefeito, semelhante ao ir às ruas após o nível da enchente baixar, às vésperas da votação do segundo turno, para tentar mostrar que a enchente não era tão grave.
Tudo indica que de vexame em vexame – como cantar vitória da candidata dele no primeiro turno ou esbravejar encolerizado contra Fernando Máximo em entrevistas no segundo – Hildon poderá ter outra semelhança como Odorico Paraguaçu: o cemitério; sendo que no caso de Chaves, um cemitério político, pois imagem dele estará inapelavelmente marcada pela nódoa do oportunismo e da irresponsabilidade de ter inaugurado a obra inacabada da nova Rodoviária.
Conselho, dizia meu saudoso avô Cirilo, “se fosse bom ninguém dava”, mesmo assim faço um ao atual prefeito: ‘aceita que dói menos’ e vai preservar sua imagem e credibilidade política.