Confirmadas informações que circulam entre interlocutores com acesso ao Palácio do Planalto, a manifestação do presidente interino Michel Temer no Global Agrobusiness Fórum não chega perto da real profundidade das ações que o peemedebista pretende colocar em prática quando — e se — assumir a titularidade na Presidência da República. Na abertura do evento, considerado um dos principais encontros de agronegócio do País, nessa segunda-feira, em São Paulo, Temer afirmou que “a partir de um certo momento, começaremos com medidas, digamos assim, impopulares”. As iniciativas mencionadas têm potencial para gerar reações de proporções imprevisíveis.
Entre as medidas impopulares, estão, além de alterações na Previdência, a desvinculação das aposentadorias dos reajustes do salário mínimo, o estabelecimento de regra em que a diferença nos salários de servidores não poderá ser maior do que 20 vezes e o fim da estabilidade no serviço público. Programas sociais, como o Bolsa Família, não estão ameaçados agora, mas podem ser reduzidos ou extintos a partir de 2017. Também constaria no pacote a articulação de acordo com governadores para reduzir a jornada de trabalho dos servidores, obviamente, com impacto nos salários.
Com "carinho"
Segundo um dos líderes do governo do interino Michel Temer na Câmara dos Deputado, o gaúcho Darcísio Perondi, o último levantamento realizado indica que serão de 58 a 61 votos para tornar o afastamento de Dilma Rousseff definitivo. Perondi afirmou ainda que o Planalto não descuidou do tema e que “o próprio presidente está cuidando com carinho dos senadores”.