Foto: Reprodução/Facebook
Foi voltando da aula da faculdade, numa conversa dentro de um ônibus, que três amigos resolveram regressar para sala de aula da antiga escola. Eles queriam incentivar e ajudar a ampliar horizontes e oportunidades para estudantes do ensino médio.
“Nossa realidade é muito complicada, porque o aluno, ele já não é motivado para estudar. Ele vai pra escola meio que a força. Tira qualquer nota. No nosso bairro falta tudo. Falta cultura, esporte, lazer. A única coisa que está começando agora, que é uma semente, para eles fazerem de diferente o fim de semana é o GIS. Na escola a gente não tem nem quadra. Então é uma carência muito grande. Eles não tem nada. Nada mesmo. Eu falo por experiência própria, porque moro lá desde que nasci. Os meus colegas acadêmicos também, e nós não tivemos essa cultura de ter algo diferente no bairro.”
O relato é de Débora Honorato. Ela é uma das fundadoras do Grupo de Inovação Social, o GIS. Recém-formada em direito, Débora estudou na Escola Estadual Jorge Teixeira de Oliveira, em Porto Velho, Rondônia, dos 11 aos 18 anos. Saiu de lá após concluir o ensino médio, em 2010.
Cinco anos depois, em 2015, voltou para escola com Flávio Quinderé e Tiago Cardoso para dar palestras motivacionais para quem queria entrar na universidade pública ou ter acesso a programas como o ProUni.
O projeto chamou a atenção de professores da Universidade Federal de Rondônia, que passaram a dar capacitação profissional aos alunos do ensino médio.
E a escola que ficava fechada nos fins de semana, começou a ter sábados bem movimentados. Tudo porque, para abrigar as aulas gratuitas de inglês, coaching em liderança, noções de direito do trabalho, preparação profissional e técnica de vendas, os portões do colégio também se abriram nas tardes de sábado.
Débora conta que o desejo de se profissionalizar se reflete na procura pelos cursos.
As aulas do primeiro semestre de 2016 foram concluídas na última sexta-feira (8). Um novo ciclo está previsto para começar em setembro. De acordo com Débora Honorato, até lá, o grupo pretende manter palestras com dicas para o Enem.
O grupo quer ofertar novos cursos, como panificação e jardinagem. O GIS também vai instituir um ciclo de rentabilidade, para que os alunos possam desenvolver produtos e serviços que serão oferecidos a baixo custo para a comunidade.
O dinheiro arrecadado será revertido para ajudar a financiar novos projetos aos próprios estudantes. O grupo não conta com nenhum aporte financeiro do poder público, mas conta com o apoio de voluntários, professores e da comunidade.
O GIS visita as escolas dos bairros Ronaldo Aragão, Ulysses Guimarães e Marcos Freire e oferece as vagas para os alunos. A prioridade são os estudantes. Mas os jovens que já terminaram os estudos também pode se candidatar a uma vaga.
Para quem quiser saber mais sobre o projeto, pode procurar a página do Grupo de Inovação Social, GIS, no Facebook.