Foto: Matheus Henrique/G1/Reprodução
O Rio Madeira atingiu o nível médio de 4, 88 metros no último domingo (17), em Porto Velho, segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). A média está 2, 21 metros abaixo do normal para o período e pode ficar abaixo dos níveis registrados em 2005, ano em que ocorreu a pior seca do rio no estado, de acordo com a instituição que acompanha os índices.
Para o engenheiro hidrólogo Franco Buffon, da CPRM, pode se esperar uma seca rígida se não houver mudanças climáticas e a ocorrência de chuvas para nivelar o rio.
"O Rio Madeira já apresenta um nível bem abaixo do esperado. Em relação a mesma época de 2015, são mais de sete metros abaixo. Podemos esperar uma seca bem rígida para este ano", disse Buffon.
Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a seca é consequência do fenômeno El Niño, o terceiro mais forte registrado na região neste século, responsável por diminuir o volume de chuvas na Amazônia.
"Essa grande baixa do Rio Madeira se deve pela força do fenômeno El Niño, que atua desde o meio do ano passado e é o mais forte deste século. Ele diminui o volume de chuva na região amazônica. O rio vai continuar diminuindo até a volta das chuvas", disse Luiz Alves, meteorologista do Sipam.
Na região do distrito de Abunã, que fica localizado a 230 km de Porto Velho, quem precisa realizar a travessia de uma margem à outra do rio enfrenta as dificuldades da seca.
Um aterro improvisado precisou ser feito para que os veículos subam até as balsas, que passaram a trabalhar com 20% apenas da carga, neste período, deixando o trânsito lento. O gerente da balsa, Nereu Hamud, está preocupado porque os bancos de areia que deveriam aparecer somente em setembro ou outubro já atrapalham a navegação.
"No mês de julho já começaram a aparecer os bancos de areia, estamos preocupados. Estamos aguardando um levantamento da Marinha para ver a profundidade do rio", disse Nereu.
Nesta segunda-feira (18), haverá uma reunião em Porto Velho com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Marinha e Governo do Acre para discutir sobre as medidas que deverão ser tomadas para contornar o problema.