A pouco mais de um mês, no dia 27/06, tornou-se público que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra do sigilo telefônico do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) para instruir o inquérito que tramita na corte contra o parlamentar. Também foi quebrado o sigilo telefônico de uma assessora dele, Maria Cleia Santos Oliveira, do doleiro Alberto Youssef e de dois executivos afastados da Construtora Queiroz Galvão, Othon Zanoite e Idelfonso Colares.
Todos terão o sigilo quebrado entre 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2010. Os dados foram pedidos pela Polícia Federal. Em parecer enviado ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concordou com a medida. A decisão foi tomada no último dia 21, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (27/06).
Em depoimento prestado no acordo de delação premiada, Youssef disse que intermediou o pagamento de R$ 500 mil para a campanha de Raupp ao Senado de 2010. Segundo o doleiro, o valor teria saído da cota do PP e teria sido obtido por meio de contratos superfaturados da Petrobras.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou, em sua delação premiada na Lava-Jato, que “parte do dinheiro desviado e que fora acrescentado aos contratos da Petrobras foi repassado para a campanha do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) em 2010”. Por esses motivos, o ministro Teori Zavascki, do STF, abriu inquérito para apurar as responsabilidades do senador no caso.