23/08/2016
Trabalhadores denunciam mais de 300 demissões na IMMA, omissão do sindicato e da CSB
Como se trata de demissões coletivas por motivo único a legislação impõe a obrigatoriedade de negociações coletivas prévias para se tentar encontrar alternativas às demissões ou o pagamento de indenizações e benefícios adicionais.
Na manhã desta segunda-feira (23) centenas de trabalhadores metalúrgicos da empresa Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia (IMMA) foram demitidos e estima-se que mais de trezentos de um total de 360. Os demitidos estão revoltados com a omissão do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica Mecânica e Materiais (STIMMME) e da Central Sindicatos Brasil (CSB) por causa da ausência de negociações e de informações à categoria.
 
As demissões já haviam sido anunciadas desde o início do mês; portanto, como se trata de demissões coletivas por motivo único a legislação impõe a obrigatoriedade de negociações coletivas prévias para se tentar encontrar alternativas às demissões ou o pagamento de indenizações e benefícios adicionais; mas o STIMME e a CSB, que representam sindicalmente a categoria, não teriam feito nada.
 
Dirigentes do STIMME e da CSB estiveram na IMMA no período em que as centenas de trabalhadores estavam recebendo o aviso de demissão, mas ficaram em silêncio e sequer reuniram os trabalhadores ou deram qualquer informação ou orientação sobre os direitos adicionais que deveriam ser negociados. Membros da Chapa 2 “Renovação” procuraram a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e receberam orientação para reivindicarem seus direitos.
 
A CUT relatou a situação semelhante ocorrida em julho de 2015 em Rolim de Moura, com 469 demissões de trabalhadores do JBS Friboi, onde um outro sindicato aliado aos patrões também havia se omitido; mas após denúncia da Central Única ao Ministério Público do Trabalho (MPT) foram todas suspensas pela Justiça do Trabalho. Após a suspensão o JBS Friboi foi obrigado a conceder cesta básica por vários meses, pagar um salário e meio de indenização entre outros benefícios. O MPT tentou na ocasião suspender as demissões por cinco meses através do procedimento chamado lay-off, mas a postura do Sindicato inviabilizou essa alternativa.
 
Segundo os poucos trabalhadores que ainda não tinham sido demitidos, na tarde desta segunda-feira vários dirigentes do STIMMME e da CSB estiveram na sede da IMMA na BR-364 e não convidaram a comissão de representantes de base que já havia sido criada há vários dias.  O receio da categoria é que o Sindicato faça uma negociação qualquer, sem a participação da comissão de representantes, e faça um acordo rebaixado, só para cumprir a legislação e livrar a IMMA de ter que suspender as demissões e negociar benefícios e indenizações adicionais.
 
Outro fato que causou grande indignação dos trabalhadores foi o acordo feito entre o STIMMME e a IMMA no início deste ano, rebaixando salários sobre o argumento de que isso seria para impedir demissões. O Sindicato defendeu o acordo e induziu os trabalhadores a aceitar a redução salarial. Apesar da gravidade da situação, a CSB não divulgou nada sobre as demissões, tanto que na noite desta segunda-feira o seu perfil no Facebook nada relatava sobre o assunto, sendo que a última postagem era do dia 18 de agosto de 2016.

Outro lado

A redação do Noticias RO entrou em contado com a CSB e com o STIMMME e aguarda as respostas dos citados. 



 

Fonte: CUT/RO
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