As comemorações do 7 de setembro deste ano foram marcadas por manifestaçõesem mais de 30 cidades do País. Os protestos contra o governo do presidente Michel Temer inflaram o tradicional Grito dos Excluídos e incluíram uma nova pauta na manifestação: o pedido por novas eleições.
Em Brasília, essa união de discursos veio em uma frase: “Eu já falei, vou repetir, é o povo que tem que decidir”, diziam os manifestantes, em sua maioria integrantes de movimentos sociais e estudantis e entidades civis.
“Mesmo que vença alguém de direita, que o povo possa decidir. Que o Temer se candidate e apresente seu plano de governo”, disse Ademar Lourenço, um dos coordenadores do Grito. “Estamos aqui para mostrar o repúdio da população. As medidas que o Temer propõe são piores que as detodos os governos anteriores: Dilma, Lula e até FHC.”
De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, no auge da manifestação, havia cerca de 2,7 mil participantes. Para os organizadores, eram 10 mil.
No Rio de Janeiro, o Grito dos Excluídos, que já está na sua 22ª edição, foi guiado por um cartaz enorme com a frase "Este sistema é insuportável, exclui, degrada, mata!”.
O professor de geografia Thiago Roniere, integrante da Federação Anarquista do Rio de Janeiro, defendeu que o Congresso e o processo eleitoral atuais perpetuam desigualdades.
"Estamos aqui não apenas para reivindicar a derrubada do Temer, como também propor uma organização social que não espere repostas pelo canal eleitoral. Os movimentos de base, comunitários, a juventude e os trabalhadores, que estão sofrendo, precisam se organizar para além do processo político e do calendário eleitoral e tomar consciência que são precarizados há muito tempo.”
Em São Paulo, o principal mote foram os problemas sociais. “Por exemplo, a situação dos moradores de rua, do transporte público, saúde pública e ausência de moradia. Além disso, queremos destacar a situação dos refugiados, que muitas vezes morrem fugindo da guerra”, afirmou o responsável pelo Grito em São Paulo, o coordenador da pastoral, Paulo Pedrini.
O ato, que também ocorreu em outros estados como Acre, Alagoas, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, foi pacífico.