Foto: Alessandra Costa/Secom RO/Reprodução
Pela segunda vez numa grande jornada que leva saúde, atendimento social e cidadania às comunidades distantes e de difícil acesso do baixo madeira, o barco Unidade de Saúde Social e Fluvial Wálter Bártolo registrou, de 18 a 30 de setembro, atendimento a 834 pessoas, totalizando 7.891 procedimentos médicos, odontológicos e sociais.
De acordo com a técnica Alessandra Costa, coordenadora do projeto do barco, com exceção de algumas poucas comunidades do distrito de Surpresa, em Guajará-Mirim, constituídas por algumas famílias brancas, o restante – as comunidades de Deolinda, Barranquilha, Sotério, Ricardo Franco – são todas formadas por povos indígenas com aldeias de grande contingente populacional, e carentes da presença do estado e de seus benefícios, exatamente pela localização geográfica de cada uma, geralmente construídas à margem de pequenos igarapés (rios) a 50 ou 70 quilômetros fora da área de abrangência do rio Guaporé, e que exigem o contato e convite da Coordenação para receberem atendimento no barco hospital.
Alessandra informou que são 12 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, biomédicos, farmacêuticos, técnicos e outros; dois técnicos do Instituto de Identificação, dois assistentes sociais, dois dentistas, três militares, a coordenação e os tripulantes e apoio, que registraram 497 famílias, com o atendimento de 834 pessoas que somaram os 7.891 procedimentos, levando não apenas o tratamento, o remédio ou a identidade, mas principalmente levando a esperança de que tudo vai ficar bem, ou a alegria de tantos, geralmente marcada por uma divertida peça de teatro falando de saúde (alcoolismo), amor e cidadania. “O trabalho no barco é gratificante para nós e a esperança de todos no beiradão e fora dele”, disse.
Segundo ela, essas comunidades já estão contando os dias para o novo encontro com a equipe, marcado para meados de novembro, com os mesmos atendimentos, inclusive com a entrega das identidades feitas nesta viagem, assim como ocorreu na anterior. A técnica explicou que toda equipe está imbuída de sentimento humanitário e atende com dedicação e respeito do mais jovem ao ancião, que muitas vezes precisa ser carregado.
Entusiasmada com o projeto, Alessandra disse que se o barco não chega a alguma comunidade, ela mesmo cuida de fazer o contato e convite usando uma pequena embarcação e até mesmo um caminhão, como já ocorreu. Para ela, o sucesso do projeto não está apenas no atendimento regular do serviço de saúde. “Nós entramos em cada comunidade, e se uma escola está com algum problema, com o quadro danificado, por exemplo, nós tratamos de consertar, e isso nos une cada vez mais com essas comunidades”, disse.
De acordo com o resumo da Coordenação sobre o número de procedimentos adotados nesta jornada nas comunidades da margem e adjacentes do rio Guaporé, ao todo foram feitos 2.080 procedimentos de triagem, 1.274 atendimentos médicos, 617 exames laboratoriais, 457 procedimentos de enfermagem, 1.882 atendimentos odontológicos e a aplicação de 144 doses de vacinas, além da entrega (dispensa) de 9.014 medicamentos, 60 coletas do exame preventivo de câncer, 179 carteiras de identidade e uma série de atendimentos do serviço social, que incluem orientação familiar, educação e até teatro educativo sobre os vários problemas das comunidades, e principalmente sobre o alcoolismo.