O Acre contabiliza um total de 227 casos das hepatites B e C do início de janeiro até o dia 1° deste mês, segundo levantamento feito pela Área Técnica de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). De acordo com os dados, 185 são referentes à hepatite B e os outros 42 a C.
Em relação à hepatite B, Cruzeiro do Sul é o município acreano que contabiliza mais casos da doença neste ano – totalizando 56 notificações. Rio Branco está logo abaixo com 37 casos. Mâncio Lima e Rodrigues Alves, em seguida, têm 15 e 15 casos, respectivamente, conforme os dados. Em todo o ano passado, o estado teve 343 notificações.
A cidade do Bujari , por sua vez, não registrou nenhum caso da doença. A hepatite B é uma patologia infecciosa do fígado, causada por um vírus que se propaga principalmente pela saliva, sangue, sêmen ou por qualquer líquido corporal de uma pessoa infectada.
Dos 42 registros de hepatite C até o início de outubro deste ano, Rio Branco contabilizou a maior quantidade, com 29 casos. O restante das notificações ocorreu em Acrelândia (1), Assis Brasil (1), Cruzeiro do Sul (4), Epitaciolândia (1), Plácido de Castro (1), Porto Acre (1), Senador Guiomard (2) e Tarauacá (2).
As outras cidades acreanas não tiveram nenhum caso da doença, segundo a Sesacre. Durante todo o ano passado, houve a abrangência de 179 tratamentos. A hepatite C é uma doença viral, que raramente desperta sintomas. Muitos dos pacientes só descobrem quando aparecem sintomas avançados no fígado. A transmissão é por meio de sangue contaminado.
O responsável do setor, Nelson Guedes, diz que a incidência das doenças no estado é maior do que nos outros locais da região Norte. O desafio, segundo o gestor, é conscientizar para a prevenção dessas patologias. Para isso, o órgão atua na realização de campanhas, palestras e oferta do teste rápido para o diagnóstico precoce.
"Em todas as patologias sexualmente transmissíveis é necessário procurar as unidades de saúde para o teste. Sem isso, não tem como saber ou, às vezes, quando a pessoa está muito ruim e chega a dar entrada a unidade, o tratamento já não é mais eficaz, podendo ir a óbito", acrescenta.
Hepatite delta
Somente duas cidades acreanas registraram casos de hepatite B+D – também chamada de hepatite delta. A cidade de Cruzeiro do Sul , a segunda maior do estado, contabilizou seis registros da doença. Rio Branco teve cinco casos até 1° de outubro. Nos 12 meses de 2015, o estado registrou 30 tratamentos da doença.
A hepatite delta precisa do vírus B para contaminar alguém. Sua forma de transmissão, portanto, é semelhante àquele. O vírus delta pode ser adquirido junto com o B, dando uma infecção simultânea ou pode contaminar um indivíduo que seja portador do vírus B – podendo levar à cirrose e insuficiência hepática ou câncer de fígado.