Acervo de Rita Queiroz entra em exposição permanente no Museu Palácio da Memória Rondoniense
Além de esculturas e quadros, o Museu da Memória Rondoniense recebe também o acervo documental da artista. Acervo entra em exposição permanente a partir de sexta-feira (2), data de aniversário de Rita.
Nas paredes, telas que demonstram a cultura ribeirinha de Rondônia. Nas três salas que recebem o acervo, esculturas de gesso com tecido representando mulheres e hábitos históricos das comunidades que vivem à margem dos rios, em especial o Seringal Santa Catarina, que fica às margens do rio Madeira, lá nasceu Rita Queiroz. De ribeirinha para 39 anos de artista plástica, que agora doa seu acervo para o Estado de Rondônia e entra em exposição permanente no Museu da Memória Rondoniense, a partir de sexta-feira (2), data de aniversário de Rita.
Dois acervos completos: “Descamação Celular” e “Andando Pelas Picadas”. Ambos trazem à tona sua trajetória pela Amazônia. A ideia apareceu depois que ela caiu da rede onde estava deitada.
Na exposição público pode ver em escultura a imagem que Rita retratou dela. E possivelmente sentir a queda e os sentimentos que a peça pretende passar. Segundo a artista, a escultura representa seu corpo e alma através dos pedaços de tecidos que cobrem a peça, que foram cortados de roupas usadas por ela.
Além de esculturas e quadros, o Museu da Memória Rondoniense recebe também o acervo documental da artista. Prêmios que compõem o currículo profissional de Rita Queiroz e livros com histórias que compõem os retratos culturais de Rondônia. “Círio de Nazaré”, “Catarina”, “Juma”, “Lenda da Cabaça”, “Boto Vermelho” e “Mãe d’água”, são algumas das histórias que estão impressas em almofadas para crianças e adultos descansar e conhecer as histórias que eram contadas e passadas de geração a geração.
Para a diretora do Museu Ednair Nascimento, essa doação traz para o estado o registro de hábitos que não estão inclusos na contemporaneidade tanto de jovens quanto de adultos. “É uma forma de atrair as pessoas para verem como era antes e como é agora, além de fomentar e usar o museu da forma que deve ser”, disse Ednair.
O acervo ainda vai passar por algumas fases até que seja tombado e incorporado ao patrimônio público do Estado de Rondônia. Segundo o coordenador de cultura da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Fabiano Barro, esse acervo enriquece o estado e reforça o quanto é importante o apoio voltado para os artistas que contribuem para formação da história de Rondônia.
Quando perguntada sobre seu acervo em exposição, Rita diz que esse trabalho é como olhar para o passado e deixar o futuro para os próximos que virão.
HISTÓRIA
Rita de Queiroz Ribeiro nasceu no Seringal Santa Catarina, às margens do rio Madeira, em 2 de dezembro de 1937, tem três filhos, sete netos e quatro bisnetos. Se formou no Rio de Janeiro, onde deu início às suas produções artísticas em 1977. Seu trabalho é voltado ao cenário da região amazônica, preservação do meio ambiente e resgate da cultura regional.
Sua primeira exposição foi no Hotel Shelton Hate, em 1978. Expôs no Rio de Janeiro, São Luiz (MA), Anápolis (GO) e outras cidades no interior de Rondônia, como Ariquemes, Guajará-Mirim e Ji-Paraná. Realizou cerca de 30 exposições individuais, 37 exposições coletivas, pouco mais de 15 participações e 11 ilustrações desde capa de livro, a lista telefônica do estado, em 1990, além do Globoarte do Jornal o Globo, em 1978; e do Jornal O Tempo em Lisboa.
Teve reconhecimento com título de personalidade em 1984, em Porto Velho e “Amiga de Porto Velho” pela prefeitura. É diplomada com o Mérito Cultural da União Brasileira de Escritores (UBE) do Rio de Janeiro, além de Honra ao Mérito pela Academia de Letras de Rondônia. São cerca de 12 homenagens até agora.