Foto: Marisvaldo José/ALE-RO/Reprodução
Cerca de 100 lideranças indígenas de Rondônia, que participaram do IV Encontro Estadual dos Corredores Etonambientais, ocorrido desde o final de semana, na sede da Associação Kanindé, se dirigiram até a Assembleia Legislativa na quarta-feira (21) para apresentar uma série de reivindicações aos deputados estaduais.
Eles se reuniram com o presidente da Casa, Maurão de Carvalho (PMDB), em frente ao Parlamento, com faixas e cartazes manifestando as suas demandas. Os deputados Lúcia Tereza (PP), Ezequiel Júnior, Adelino Follador (DEM), Cleiton Roque (PSB), Só na Bença (PMDB), Dr. Neidson (PMN), Lazinho da Fetagro (PT) e Luizinho Goebel (PV) também participaram do ato.
“Estamos à disposição para discutir o que for da nossa competência e contribuir com o que não é da nossa alçada, mas que podemos intermediar seja junto à União, ao governo do Estado ou à bancada federal”, explicou Maurão. As lideranças também entregaram um plano estratégico de desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas.
José Luiz Kassupá entregou do documento, em nome das comunidades indígenas. Antes, ele disse que a sociedade precisa mudar o discurso preconceituoso contra os indígenas. “Não atrapalhamos o progresso do País, não somos improdutivos e nem preguiçosos, como infelizmente muitos insistem em nos taxar. Isso não é verdade. Índio trabalha sim, produz e pode fazer mais, se tiver apoio e a garantia de seus direitos”, ressaltou.
A retirada de garimpeiros e madeireiros de áreas indígenas, como nas Terras Indígenas Uru-eu-wau-wau, Karipuna, Sete de Setembro, Igarapé Laje e Roosevelt; a aprovação de uma minuta de Política Pública Estadual de Desenvolvimento Sustentável Indígena, e a criação de uma Secretaria Estadual dos Povos Indígenas, para tratar da saúde, educação, cultura e sustentabilidade dos povos, foram algumas das reivindicações.
Marcos Apurinã agradeceu pelo apoio, mas cobrou que não fique apenas nos discursos, para que os direitos indígenas sejam assegurados. “Queremos voz para dizer não à PEC 215, que nos prejudica muito. Não queremos a municipalização da saúde indígena. Mas, queremos discutir a mineração nas áreas indígenas, a extração de madeira, de forma sustentável, além de outras formas de produção”, completou.
Todos os deputados se manifestaram favoráveis às causas indígenas, se colocando à disposição para debater as propostas e discutir as demandas das comunidades. O fortalecimento da Comissão Especial de Assuntos Indígenas, presidida pela deputada Lúcia Tereza, está na pauta da Assembleia, após o retorno do recesso parlamentar.