Rondônia passa por um momento de equilíbrio das contas públicas, diferente do que ocorre em estados do Sudeste do País. O ano financeiro será fechado com os salários dos servidores públicos estaduais rigorosamente em dia e 13° salário integralmente pago. Isso reflete diretamente na economia local.
Francisco Leite da Costa trabalha com vendas de salgados. Seu ponto de comercialização é uma bicicleta cargueira estacionada na avenida Farquhar, em frente ao Palácio Rio Madeira, em Porto Velho. “O fato de os servidores receberem salário dentro do mês trabalhado favorece muito as minhas vendas”, explicou o vendedor autônomo conhecido popularmente como Ceará.
Ele trabalha com vendas de salgados desde 2002 e neste período, conforme explicou, conquistou bens que não havia conseguido em 27 anos de trabalho de carteira assinada.
“Como eu sei que o governo do estado paga o salário dos servidores bem certinho, consigo fazer minhas vendas à vista e a prazo, sem problemas. Tenho muitos clientes que compram fiado, anoto na caderneta e quando sai o pagamento recebo tudo de uma vez”, afirmou o vendedor.
Emocionado, Ceará conta que conquistou a casa própria, construiu quatro apartamentos para alugar e pagou os estudos da esposa que se formou em técnica de nutrição infantil e auxiliou na formação da filha que se formou em fisioterapia e hoje é independente financeiramente. Ceará disse que chegou no estado em 1985. “Rondônia me deu tudo que tenho. Outro estado só para passar férias, mesmo assim fico louco para voltar”, brincou.
“Como eu sei que o governo do estado paga o salário dos servidores bem certinho, consigo fazer minhas vendas à vista e a prazo, sem problemas” – Francisco Leite, o Ceará, comerciante informal
Ismael Bezerra Evangelista Júnior é servidor efetivo, trabalha na Gerência de Compras da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) desde 1992 e ressaltou a capacidade da atual gestão em manter o equilíbrio das contas públicas em um momento crítico em que o País está vivendo. Ele citou estados que estão passando por uma situação difícil, com atraso dos salários dos servidores, a exemplo do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que decretaram estado de calamidade financeira.
Carlito Luciano Cavalcante, que trabalha na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), também destacou a importância de tratar o dinheiro público com responsabilidade, não gastar mais do que o previsto no orçamento. “O governo do Estado de Rondônia soube administrar de forma responsável e eficiente, por isso conseguiu fechar o ano de forma positiva, pagando o salário dos servidores dentro do mês trabalhado. Para nós, servidores, isso é muito bom, porque conseguimos pagar os nossos compromissos também”, destacou.
Maria Raimunda Lemos, funcionária da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) desde 1983, disse que quando assiste aos telejornais que mostram a situação dos servidores de outros estados que estão com os salários atrasados, passando por dificuldades, ela agradece a Deus por estar recebendo o salário em dia, por estar trabalhando, enquanto existem muitas pessoas desempregadas.
“O governo do Estado de Rondônia soube administrar de forma responsável e eficiente, por isso conseguiu fechar o ano de forma positiva, pagando o salário dos servidores dentro do mês trabalhado. Para nós, servidores, isso é muito bom, porque conseguimos pagar os nossos compromissos também” – Carlito Luciano, servidor público
Com 33 anos de serviço público e 35 de contribuição, Maria Raimunda passou para o quadro federal e realizou alguns projetos antigos, entre os quais a reforma da casa onde mora com a família, mas tudo com planejamento para não gastar mais do que recebe. “Tudo que quero e desejo é um ano novo de muita prosperidade, e que Rondônia continue crescendo”, afirmou.
PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL
O economista e professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), doutor em administração pela Universidade do Rio Grande do Sul, Jonas Cardoso, disse que Rondônia já vinha registrando crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média nacional. Isso se deu em virtude dos investimentos que o estado recebeu no setor de produção de energia elétrica e também pela força do agronegócio, que resultou na exportação de carne bovina para vários países do Oriente Médio, para a China, entre outras nações que também passaram a comprar carne bovina produzida em Rondônia.
Segundo o economista, outro setor que também contribuiu para o processo de crescimento do estado, principalmente em Porto Velho, foi o de prestação de serviço.
Além desses fatores que contribuíram com a economia do estado, Jonas Cardoso disse que a administração estadual foi muito eficiente e realizou os ajustes necessários para garantir o equilíbrio das contas públicas. “O planejamento é fundamental para qualquer administração, pois o administrador não pode gastar mais do que arrecada”, salientou o economista.
“Quem souber planejar e controlar as despesas irá passar por esse processo de recessão e o governo do Estado de Rondônia deve continuar controlando as contas públicas, pois está no caminho certo” – Jonas Cardoso, economista
Ele disse que o governo de Rondônia adotou medidas de ajuste fiscal que outros estados não adotaram e por isso estão em situação de calamidade financeira, atrasando salário dos servidores e deixando de garantir para o contribuinte serviços essenciais.
Jonas Cardoso afirmou que o planejamento é fundamental para a saúde financeira de qualquer empreendimento, seja público ou privado, seja físico ou jurídico. “O planejamento na vida de uma pessoa é tudo, nunca devemos gastar mais do que o nosso rendimento, se não a conta não fecha”, orientou o economista.
Cardoso aproveitou para fazer um alerta para administradores públicos e população em geral ficarem atentos no controle de suas finanças, pois a crise deve continuar no Brasil durante o ano de 2017, o País deve voltar a crescer somente em 2018. “Quem souber planejar e controlar as despesas irá passar por esse processo de recessão e o governo do Estado de Rondônia deve continuar controlando as contas públicas, pois está no caminho certo”, reforçou o economista.