24/01/2017
No rastro do trem e da floresta, instalação do município de Porto Velho completa 102 anos
Aos 102 anos de criação do município, completados em 2 de outubro do ano passado, Porto Velho ainda tem muito a conhecer. Para comemorar os 102 de instalação do município, uma programação especial acontece hoje (24), na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
  Foto: Daiane Mendonça/Secom - Governo de Rondônia/Reprodução
Aos 102 anos de criação do município, completados em 2 de outubro do ano passado, Porto Velho ainda tem muito a conhecer. “A instalação ocorreu em 24 de janeiro de 1915, a posse do prefeito e de intendentes realizou-se na casa de Manoel Félix, na rua dos Portugueses”, lembra a escritora, professora e acadêmica de letras, Yêdda Pinheiro Borzakov, 77 anos.

Reaparecem no cenário personagens do século passado, entre eles, o primeiro prefeito, major Fernando de Souza Guapindaia, cuja gestão foi marcada pela construção do Cemitério dos Inocentes, da Escola Mista Municipal Jônathas Pedrosa, da cadeia pública e pelo arruamento da cidade.

A Capital ganhou um presente literário: na semana passada, os pesquisadores americanos Gary e Rose Neeleman, lançaram o livro Soldados da Borracha: o exército esquecido que salvou a Segunda Guerra Mundial, um relato dramático não contado naquele período (1939-1945).

Os autores ouviram diversas pessoas que contribuíram com a pesquisa do livro, e também consultaram o Congresso norte-americano a respeito. Paralelamente, tiveram acesso a eventos que revelaram raras experiências de milhares de homens que trabalharam e deram suas vidas para ajudar os países Aliados na busca da borracha na Amazônia Ocidental brasileira.

EXPLORAÇÃO DA MADEIRA

Basta olhar um mapa de 1917 para se avaliar o espaço urbano de Porto Velho naquele período. Só havia casas e outras edificações no trecho entre a margem do rio Madeira e a rua Joaquim Nabuco.

Assim, não pode se debitar somente a migrantes capixabas, catarinenses, gaúchos e paranaenses, principalmente, a devastação de grandes lotes de floresta em Rondônia. Derrubadas também ocorreram dentro do próprio município.

A inexistência de leis ambientais levaram a administração da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) a extrapolar os limites de 150 metros à direita e à esquerda do pátio ferroviário para retirar itaúba no mato, onde mais tarde seria construído o Hospital São José e o Colégio Maria Auxiliadora.

“A direção usava essa madeira para fazer dormentes, distribuía lotes a pessoas que tinham a sorte de consegui-los, e cobrava impostos de proprietários de animais”, comentou a escritora.

Era o que a escritora classifica de atos incompatíveis com o regime ferroviário, por parte de mister W. Little, gerente da construtora da EFMM. Foi preciso a intervenção do então governador do Amazonas, Jônathas de Freitas Pedrosa, para autorizar o uso dos dormentes.

Yêdda desmistifica versões. Uma delas falando de suposta aversão do governador Aluízio Ferreira a pessoas negras. Aluízio governou de 1º de novembro de 1943 a 7 de fevereiro de 1946. Foi também o primeiro presidente da EFMM, a partir de 10 de julho de 1931.

“Judith Holder e o marido Percy Holder casaram-se, e logo moraram no bairro Caiari, o “elegante da época”, cujas casas foram inauguradas em 1940. Ali também viveram os notáveis Enos Eduardo Lins e Ananias Andrade, também negros. Judith morreu em 2015, aos 101 anos.

De alguns anos para cá, as casas do bairro Caiari estão sendo reformadas e a maioria teve suas projeções arquitetônicas modificadas.

Da EFMM, pouco do que restou das peças centenárias e de algumas rodas, armários, cofres e outras ferragens da Madeira-Mamoré encontram-se num depósito alugado em 2015 pela prefeitura de Porto Velho, na zona Sul da cidade.

Em andanças com grupo de estudos formados por historiadores e universitários, Yêdda constatou em Candeias do Jamari outro marco divisório desses estados.

Ironia do desconhecimento e da zombaria: a Praça Marechal Rondon (denominação dada por decreto) passou longo tempo conhecida por Praça Rondon e descambou para “Praça do Baú”, por causa do nome de um estabelecimento comercial na esquina com a Rua 7 de Setembro.

No livro Porto Velho – 100 anos de história (1907-2007), Yêdda resgata, entre outros aspectos, a construção da ferrovia, grupamentos militares, bens imóveis da EFMM, saúde pública pós-nacionalização, energia elétrica, museu ferroviário, as três caixas-d’água, o marco das coordenadas geográficas, o bairro Caiari, sítios históricos de Santo Antônio do rio Madeira, inscrições rupestres, lojas maçônicas, cemitérios, colégios, prédios públicos, bairros periféricos (Triângulo e Alto do Bode por exemplo), igrejas, museus, bibliotecas  e espaços culturais.

MARCO DIVISÓRIO

Pesquisando Viriato Correia, famoso narrador de “histórias que a história não conta”, Yêdda encontrou documento com a planta do marco divisório principal, de argamassa de cimento e areia, situado entre os Estados do Amazonas e Mato Grosso, próximo à extinta cachoeira de Santo Antônio, alagada pela hidrelétrica com o mesmo nome. “Ele não se chama Marco Rondon, mas há pessoas que espalham isso”.

O termo de inauguração, em 10 de janeiro de 1911, foi assinado pelo major Alípio Gama e pelo tenente-coronel Felinto Alcino Braga Cavalcante, chefes das comissões de Mato Grosso e Amazonas, respectivamente. Eram governadores o coronel Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt (Amazonas) e o coronel Pedro Celestino Corrêa da Costa (Mato Grosso).

FESTA

Para comemorar os 102 de instalação do município, uma programação especial acontece hoje (24), na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré promete movimentar o principal ponto turístico da capital. As festividades tiveram início a partir das 9h de hoje.

Durante a manhã por exemplo, aconteceram as recreações destinadas às crianças e ainda a prestação de serviços na área de educação e saúde, com aferição de pressão arterial, orientações sobre o controle de diabetes, doenças sexualmente transmissíveis e outras. Já para a tarde, estão listadas diferentes apresentações musicais, como Edineide Souza e Banda, Sal da Terra, Fabinho F2, Louro Rodrigues, Carlinhos Moreno e MC Geno.

Paralela às atrações musicais, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semes), apresenta a partir das 15h, o programa “Lazer na praça, Porto Velho cuida de você”, uma proposta nova, que leva à população aulas de ginástica com professores de educação físicas

Por volta das 17h, acontece o ato cívico com hasteamento da bandeira e o convite à população para que abrace os galpões da Madeira-Mamoré. O prefeito, dr Hildon Chaves, é presença confirmada. Ocampo apontou ainda melhorias que estão sendo tomadas para que a praça receba no mínimo 5 mil pessoas. “As medidas nós já estamos tomando, que é a limpeza, iluminação pública e reforma desse deck que já causou acidentes e que de imediato, para prevenir que outros acidentes ocorram, está sendo interditado”, concluiu o presidente da Funcultural.






 

Fonte: Redação
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