Barco Hospital será reformado e voltará atender Baixo Madeira
O barco foi inaugurado em 2004, mas um ano depois estava desativado. Segundo o secretário Alexandre Porto, o equipamento pode realizar até 3,5 mil atendimentos por viagem.
Os cerca de 25 mil ribeirinhos das 170 comunidades localizadas ao longo do Baixo Madeira e Machado poderão contar em breve com a volta do atendimento médico-odontológico oferecido por meio do barco hospital dr Floriano Riva. Para isso o prefeito Hildon Chaves (PSDB) esteve no barco no sábado, a pedido do secretário municipal da Saúde, Alexandre Porto, para verificar as condições do ferryboat. Depois de conhecer todos os compartimentos, acompanhado de dois comandantes da embarcação, o prefeito determinou providências urgentes para colocá-lo de novo em funcionamento.
O barco foi inaugurado em 2004, mas um ano depois estava desativado. Em 2008, deputados estaduais chegaram a denunciar o sumiço do barco. A última vez que foi posto em funcionamento foi em 2012. De lá pra cá, durante os quatro anos da gestão passada ficou abandonado, atracado às margens do rio Madeira, na região da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
De acordo com informações repassadas, o barco hospital, avaliado em torno de R$ 2 milhões, está esse tempo todo parado por causa de R$ 300 mil, que é o custo aproximado da reforma que necessita. “Esse é um equipamento fantástico. Não pode ficar nessa situação de abandono. Em pouco tempo quero vê-lo funcionando e atendendo nossa população ribeirinha”, determinou Hildon.
O barco hospital foi construído sobre um ferryboat de dez metros de largura por 33 de comprimento, é equipado com motor Cummins 350hp e possui dois geradores. Tem sala de espera, recepção, dois consultórios médicos e odontológicos, enfermaria com quatro leitos, farmácia e laboratórios.
A equipe que faz as viagens é composta por sete tripulantes e 33 profissionais da saúde entre médicos pediatras, ginecologistas, clínico geral, enfermeiros, dentistas e bioquímicos. Todos acomodados em camarotes. Atende casos emergenciais e realiza exames completos de doenças endêmicas, como malária, além de vacinas e exames preventivos de colo do útero e de mama.
Segundo o secretário Alexandre Porto, o equipamento pode realizar até 3,5 mil atendimentos por viagem. A Semusa vai equipá-lo com aparelhos portáteis de raio-x, monitor cardíaco, desfibrilador, oxímetro (mede a quantidade de oxigênio no sangue), ecógrafo, ultrassom, enfim, todos aparelhos de apoio para exames ginecológicos e cardiológicos por imagem.
Embora em gestões anteriores o suposto alto custo de manutenção tenha sido usado como argumento para justificar o abandono, o secretário Alexandre Porto acredita que parte deles pode ser autofinanciável, vez que todas as faculdades de medicina de Porto Velho têm interesse em incluir estagiários nas operações de atendimento aos ribeirinhos.
Além disso, um grupo de profissionais da área da saúde, denominado Expedicionários da Amazônia, de Campinas (SP), também quer participar até mesmo com operações oftalmológicas, como a de cataratas.
Hoje Porto Velho possui uma fila de espera de 15 mil pessoas em busca de operação de catarata. Ribeirinhos nunca tiveram esse tipo de atendimento. Hildon sugeriu que depois de pronto, quando não estiver em operações no Baixo Madeira, atracado em Porto Velho poderá funcionar como um posto de saúde para atender na região do bairro Triângulo.
Nessa semana o secretário Alexandre Porto vai providenciar junto à Marinha as autorizações necessárias para que o barco possa navegar até Manaus, onde será levado até o estaleiro que fará a reforma.