... Enfim foi revelado o “mistério” do porque mesmo tendo o compromisso de absorver os funcionários das atuais empresas de transporte coletivo o Consórcio Integrado Municipal (SIM), que assumirá o sistema, recolheu mais de quatro mil currículos de profissionais de fora do sistema: mais de 80% das primeiras contratações, efetuadas neste dia 4 de janeiro, são de profissionais que não pertencem às atuais empresas.
Usando um rigorosíssimo processo de exames médicos, que incluem Raio-x e ressonância magnética, o médico do trabalho contratado pelo SIM dr. Bruno Loiola está reprovando como INAPTO a esmagadora maioria dos atuais trabalhadores. Só nesta terça-feira (05) 150 e cinqüenta trabalhadores teriam sidos rejeitados, praticamente todos que passaram pelo médico do trabalho.
Ao que parece a empresa quer um profissional que tenha a saúde de um jovem de 20 anos, mesmo já tendo trabalhado 15, 20, 25 anos no transporte coletivo da Capital. Tal postura é inaceitável, pois dentro do compromisso do prefeito Mauro Nazif de que os atuais trabalhadores seriam absorvidos pelas novas empresas elas teriam que efetuar a contratação e caso haja algum problema de saúde que impeça o trabalho que o trabalhador seja afastado pelo INSS.
Desses trabalhadores declarados sumariamente INAPTOS pelo Consórcio SIM, através do seu médico do trabalho, menos de 10% tem chances de conseguirem afastamentos pelo INSS, que é muito mais rigoroso ainda do que esse médico do trabalho na hora de conceder um benefício. Muitos desses trabalhadores jamais foram afastados pelo INSS e todos estão desenvolvendo normalmente suas atividades atualmente no transporte coletivo.
Chama a atenção o silêncio ensurdecedor do Sindicato SITETUPERON, que deveria ser o primeiro a denunciar e a se manifestar contra essa medida absurda; bem como, do prefeito Mauro Nazif que assiste a tudo em igual silêncio, enquanto os trabalhadores estão sendo massacrados em seus direitos. Também não se houve muitas manifestações por parte dos representantes do povo, os nobres vereadores.
Diante desta dramática situação não restaria aos atuais trabalhadores outra medida que não seja PARALISAÇÃO IMEDIATA do sistema, até que o prefeito tome uma atitude e o Sindicato busque, através de negociações e na Justiça garantir o direito dos trabalhadores.
A reivindicação é muito simples: contratação de todos os atuais trabalhadores do sistema de transporte coletivo e aqueles que o serviço médico do Consórcio SIM achar que não tem condições de trabalhar que sejam encaminhados ao INSS para afastamento. Caso o INSS não aceite afastar e diga que estão aptos a trabalhar, que retorne ao trabalho. Na situação atual criada pelo SIM mais de 90% desses trabalhadores estarão inaptos pelas empresas e aptos pelo INSS. Resultado: todos desempregados.
* Itamar Ferreira é bancário, sindicalista, administrador de empresas, acadêmico de direito e presidente da CUT-RO.