A Secretaria Municipal de Saúde (semusa) iniciou na terça-feira (05) um novo Levantamento de Índice Rápido (Lira), para efeitos de controle de larvas do mosquito Aedes Aegypti.
A infestação de doenças por meio desse vetor de transmissão está sob controle no município de Porto Velho. O ano de 2015 fechou com 174 casos confirmados de dengue. A Semusa costuma multiplicar por cem os casos detectados, diferentemente do que recomenda o Ministério da Saúde, que é dobrar ou triplicar o quantitativo. “Trabalhamos com a multiplicação por dez sob a hipótese de que as famílias que procuram as unidades de saúde para acompanhamento de um caso de dengue, assim que recebem o tratamento passam a aplicá-lo a outros membros que manifestem os mesmos sintomas. Por isso o controle fica comprometido e preferimos errar exagerando a subestimar a quantidade de casos. A regra do Ministério da Saúde é dobrar ou triplicar os casos que sejam de conhecimento das secretarias municipais de saúde, mas em Porto Velho trabalhamos com a multiplicação por dez para cada caso, porque sabemos da tradição de automedicação da população local”, afirmou Domingos Sávio, secretário da Semusa.
Mesmo considerando-se a faixa de 1,7 mil casos, o município permanece numa faixa de acometimentos bastante inferior a tempos passados. “Em 2013 havia mais de mil e quinhentos casos de dengue confirmados no município. Se usarmos a mesma regra que utilizamos agora seria certo estimar para àquela época cerca de quinze mil casos. Assim, a Semusa comemora bastante a grande redução ocorrida nos últimos anos. Uma das técnicas inovadoras foi a mudança de horário de trabalho dos agentes de endemia. Eles trabalhavam das oito às doze e das quatorze às dezoito horas. Agora trabalham das sete e trinta às treze e trinta, de forma que conseguem encontrar melhor as pessoas em suas casas”, explicou.
Próximo a Porto Velho foram detectados quinze casos de chikungunya em Guayará-Mirim, na Bolívia, e um caso de zika vírus em Vilhena. Dessa forma, embora a Semusa considere a quantidade estimada de casos de dengue um quantitativo abaixo da média nacional, entende que os trabalhos de prevenção devam ser exercidos com grande zelo para que o município não seja surpreendido pelas demais endemias transmitidas pelo Aedes Aegypit. O Ministério da Saúde não determina para um município como Porto Velho a realização do Lira, visto a quantidade de casos de dengue que ostenta, contudo, a Semusa entende como necessária a ação por temer as variantes de endemias provocadas pelo mosquito em regiões tão próximas.
O Lira está sendo realizado por uma equipe de vinte e seis agentes de combate a endemias da Semusa. Os trabalhos do primeiro dia contemplaram os bairros Três Marias, Floresta, Nacional, Lagoa, São Francisco e Areal. No dia 06 outros seis bairros passam a ser visitados e em dez dias todo o trabalho de levantamento deve ser concluído na área urbana. Serão visitadas pelo menos cem casas por bairro. Para os distritos e comunidades rurais a Semusa conta com outras equipes.
Após a conclusão do levantamento será iniciada a segunda etapa dos trabalhos, com ações de combate aos focos detectados. Essa fase contará com os trabalhos dos agentes comunitários de saúde e também com a cooperação do Exército, Marinha, Aeronáutica, Bombeiros Civis e Militares, Cruz Vermelha e Rotary clube. “Também vamos realizar um serviço em conjunto com a Semusb. Vamos visitar todas as borracharias, terrenos baldios e obras abandonadas na cidade. A Semusb disponibilizará seu material humano e seus equipamentos para que possamos fechar buracos com acúmulo de água e para limpar áreas em que sejam detectados perigos de infestações do mosquito. Mas para o efetivo controle da infestação, a coisa mais importante é contar com o apoio da população. Sem isso o trabalho se torna impossível”, finalizou Sávio.