Pessoa técnica, gestor com experiência pública, ficha limpa, com fidelidade partidária, conhecedor dos problemas da capital e pessoa que possua pulso forte para fazer as mudanças que a cidade necessita, bem como sensibilidade para avaliar o grau de necessidade e urgência das áreas que precisam de maior atenção para que a cidade saia do caos que se encontra.
Este é o perfil traçado por eleitores de Porto Velho ouvidos pela reportagem de A Gazeta de Rondônia, sobre a sucessão municipal deste ano.
As entrevistas foram feitas na última semana de dezembro, e ouviu pessoas de todas as zonas da capital. De cada dez pessoas entrevistadas, sete incluíram o que chamaram de "qualidades indispensáveis" para conquistar a confiança do eleitorado.
Muitos acrescentaram ainda à lista itens como: respeito ao cidadão, conhecimento dos problemas que atingem áreas como: saúde, educação, transporte público, regularização fundiária, melhoria de infraestrutura nos bairros.
De acordo com a professora aposentada Francisca Dias, que lecionou por mais de 30 anos em escolas do Nordeste, este perfil exigido pelo eleitor é uma tendência nacional, tende a ser ampliado ainda mais. Em sua avaliação, os eleitores - os que ainda acreditam em alguma mudança - não querem mais repetir "fórmulas vencidas", ultrapassadas que já não trazem nenhuma esperança de melhoria.
Francisca Dias diz, em tom de metáfora, que o eleitor é um paciente em estado gravíssimo, que precisa de novo remédio para poder recuperar sua confiança e voltar a ter esperança na mudança. Já os atuais políticos - com raras exceções, são como remédios vencidos, que mesmo o doente tomando, não fazem efeito algum. Em muitos casos, pioram o paciente, relata.
Figurinhas Repetidas
Para Maria França, acadêmica do curso de ciências sociais, os políticos que pretendem disputar as eleições municipais deste ano têm que trabalhar uma mudança de comportamento.
Caso contrário, vão amargar derrotas históricas. Em Porto Velho, o mandato do atual prefeito Mauro Nazif está sendo, pelo menos até o momento, uma decepção para a maioria da população.
Ela afirma que não há uma promessa feita durante a campanha que tenha sido cumprida integralmente pelo prefeito. "É esse o grande problema do Brasil, e, especial de Porto velho. Os políticos - de safras passadas -, não têm projetos, apenas promessas. Isso cansou a população, vaticinou.
Para a acadêmica são como figurinhas repetidas postas no mesmo álbum, sem valor algum. Maria França acredita que os novos candidatos que serão testados nas urnas pela primeira vez neste ano têm que apresentar projetos, programas sérios de governo que atendam os anseios da população. Promessas não funcionam mais, afirma.